sábado, 1 de novembro de 2008

textos sobre biocombustível

BIOCOMBUSTÍEL: é todo combustível produzido de fontes renováveis da biomassa, como, por exemplo, o álcool e resíduos de madeira. Quanto ao biodiesel, que, também, é um biocombustível, consiste de ésteres metílicos ou etílicos produzidos pela transesterificação de óleos vegetais ou gorduras animais.

O biocombustível ou combustível biológico é uma alternativa viável para substituição do petróleo com uma série de vantagens, tanto ambientais, como econômicas e sociais. Há um indicativo de que é possíveis 5% de adição de biocombustível no diesel de petróleo, que alimenta a economia, diminui a importação de petróleo e reduz a poluição.

O uso do petróleo como fonte energética representa uma das maiores causas da poluição do ar, e sua queima contribui para o efeito estufa. A energia renovável é uma alternativa para reduzir o efeito estufa. Além disso, o uso dela faz com que o país diminua a dependência do combustível fóssil, que num futuro muito próximo, dentro de 40 a 50 anos, estará em extinção.

De acordo com estudos, o biocombustível que se mostra totalmente viável é o álcool, pois já existem tecnologias e experiências em grande escala na área. Em muitos locais já existe a eliminação da queima da cana de açúcar, o que aumenta a produtividade. "Sem a queima da cana, sobra a palhada, que é um componente estratégico em nível de energia. Só a palhada dá mais energia que a própria cana, além de aumentar o número de empregos no processo de colheitas, aumentar o teor de matéria orgânica do solo e reduzir a poluição do ar".

O uso de biocombustíveis está cada vez mais em moda, pois é sabido, com muita clareza, que os combustíveis fósseis, os mais utilizados no mundo, são finitos e as reservas terrestres só tendem a diminuir e terminar, sem renovação. Além disso, são extremamente poluidores e causam sérios desequilíbrios no ambiente. Biocombustíveis são materiais biológicos que, quando em combustão, possuem a capacidade de gerar energia para realizar trabalhos. É certo que praticamente todo material biológico gera energia quando é queimado e suas conseqüências ao ambiente são menores que dos combustíveis fósseis.

O tipo mais difundido de biocombustível no Brasil é o álcool proveniente da cana de açúcar. Sua principal vantagem é a menor poluição que causa, em comparação aos combustíveis derivados do petróleo. A cana é um produto completo porque produz açúcar, álcool e bagaço, que é usado como combustível para geração de energia elétrica (Termo-geração). Contudo, possui algumas desvantagens, como o fato de não resolver o problema da dependência do petróleo.

O álcool proveniente da cana-de-açúcar tem sido o biocombustível número 1 na política brasileira de incentivo a energias alternativas ao petróleo. O mais grave durante a implantação do Pro - álcool talvez tenha sido a necessidade de se utilizar um motor específico que não permite a utilização alternada entre álcool e gasolina, quando for interessante, este problema foi contornado com o desenvolvimento da Tecnologia FLEX.

Ainda há a questão ambiental, com o estímulo ao Pró-álcool, grande área de Mata Atlântica foi substituída por plantações de cana de açúcar, particularmente no nordeste brasileiro. Isto acarretou graves problemas climáticos e de erosão, com elevação das temperaturas e da erodibilidade dos solos. Tanto que muitos usineiros agora têm preocupação em proteger os fragmentos que restam e recuperar áreas degradadas. Até porque atualmente o álcool não está dando o lucro esperado.

Já o biodiesel, ou seja, óleo virgem derivado de algumas espécies de plantas, apresenta vantagens muito interessantes, como a possibilidade real de substituir quase todos os equivalentes do petróleo sem modificação nos motores, eliminando a dependência do petróleo. Além de ser naturalmente menos poluente, o biodiesel reduz as emissões poluentes dos derivados de petróleo (em cerca de 40%, sendo que seu potencial cancerígeno é cerca de 94% menor que os derivados do petróleo), possui elevada capacidade de lubrificar as máquinas ou motores reduzindo possíveis danos, é seguro para armazenar e transportar porque é biodegradável, não-tóxico e não explosivo nem inflamável à temperatura ambiente, não contribui para a chuva ácida por não apresentar enxofre em sua composição, permite dispensar investimentos em grandes usinas, ou linhas de transmissão, para atendimento local de energia em regiões com pequena demanda.

BIOMASSA: Compreende massas orgânicas de origem biológica ou de materiais não-fósseis, utilizáveis como combustível para produção de calor ou geração elétrica. Inclui:

Carvão: resíduos sólidos da destilação destrutiva e pirólise da madeira e de outros materiais vegetais. Madeira, resíduos de madeira e de outros detritos sólidos.

O Brasil tem capacidade para liderar o maior mercado de energia renovável do mundo. Isso porque no país existe matéria prima renovável em abundância para fabricar o biocombustível - combustível de origem vegetal, como cana de açúcar, óleos vegetais e da madeira, derivados de leite, gordura animal, entre outros.

Alguns tipos de biocombustíveis:

*BIODIESEL: Mono-ester-alcalóide de ácidos gordos de longa cadeia, derivado de lipídeos orgânicos renováveis, como sejam óleos vegetais e gorduras animais, para utilização em motores de ignição por compressão (diesel). Produzido por transesterificação por meio de metanol.

Biodiesel é um combustível obtido a partir de óleos vegetais como o de girassol, nabo forrageiro, algodão, mamona, soja e canola, é uma energia renovável e, portanto, uma alternativa aos combustíveis tradicionais, como o gasóleo, que não são renováveis.

O biodiesel reduz determinadas emissões poluentes e emissões de dióxido de carbono que é o gás responsável pelo efeito estufa que está alterando o clima em escala mundial, promove o desenvolvimento da agricultura nas zonas rurais mais desfavorecidas, criando empregos e evitando a desertificação. O biodiesel apresenta inúmeras vantagens em relação ao diesel comum.

Reduz a dependência energética do nosso País e a saída de divisas pela poupança feita na importação do petróleo bruto.

O biodiesel pode ser utilizado em motores diesel, puro ou misturado com diesel fóssil numa proporção que vai de 1 a 99%.

Características do Biodiesel

- O biodiesel é mais seguro do que o diesel de petróleo. O ponto de combustão do biodiesel na sua forma pura é de mais de 300 F contra 125 F do diesel comum. Equipamentos a biodiesel são, portanto, mais seguros.

- A exaustão do biodiesel é menos ofensiva. Seu uso resulta numa notável redução dos odores, o que é um benefício real em espaços confinados. Seu cheiro se assemelha um pouco com o cheiro de batata frita. Não foram noticiados casos de irritação aos olhos. Como o biodiesel é oxigenado, ele apresenta uma combustão mais completa.

- Biodiesel não requer armazenamento especial. Na sua forma natural pode ser armazenado em qualquer lugar onde o petróleo é armazenado, e pelo fato de ter maior ponto de fusão é ainda mais seguro o seu transporte.

- O biodiesel funciona em motores convencionais.

- O biodiesel é renovável, contribuindo para a redução do dióxido de carbono.

- O biodiesel pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel de petróleo.

- Aumenta a vida útil dos motores por ser mais lubrificante. É biodegradável e não-tóxico.

TIPOS DE BIODIESEL

Há três modos de usar óleo vegetal num motor Diesel. Cada método tem suas vantagens e desvantagens.

O Biodiesel: é um combustível feito a partir de 80 a 90% de óleo vegetal, 10 a 20% de álcool e 0,35 a 1,5% de catalisador. É um combustível estável, funciona bem em todos os motores Diesel, tem baixa emissão de poluentes, pode ser misturado ao óleo diesel, é fácil de produzir, seguro e sem riscos ao meio ambiente.

O Biodiesel de Mamona além de possuir uma enorme vantagem social, possui algumas vantagens de ordem técnica. Seu óleo é predominantemente composto (90%) de ácido ricinoléico combinado. Esse ácido possui 18 átomos de carbonos em sua molécula, além de uma dupla no carbono 9 e uma hidroxila no carbono 12. Isso quer dizer que ele possui a vantagem de conter predominantemente um ácido mono-insaturado e possuir um maior teor de oxigênio em sua molécula.

O Óleo Vegetal e Querosene: ainda em teste, essa mistura requer cuidado e atenção nas proporções, com resultados inferiores ao Biodiesel. Se mal feito pode causar danos ao motor. Esse método requer um tanque extra no automóvel.

O Óleo Vegetal Puro: tanto o óleo vegetal usado quanto o novo podem ser usados. Esse método requer modificação no motor, pois é preciso aquecer o óleo vegetal para que ele fique com a mesma consistência e viscosidade que o óleo diesel. É preciso um tanque extra e de um trocador de calor.

GÁS NATURAL: O Gás natural veicular é uma mistura de gases (hidrocarbonetos leves e gases inertes) com cerca de 90%de metano. Não é Tóxico. Após sua extração, o Gás natural é enviado por gasoduto a Unidades de Processamento de Gás natural para retirada de frações condensáveis e mais pesadas do Gás natural, como a gasolina natural e o gás liquefeito do petróleo - GLP (mistura de propano e butano) - gás de cozinha, resultando em um gás seco, limpo e extremamente leve em relação ao ar, com excelentes qualidades energéticas para consumo nos veículos e indústrias.

O Gás natural é reconhecidamente mais seguro que os demais combustíveis. Por ser mais leve, o gás, em caso de vazamento, se dissipa rapidamente na atmosfera, diminuindo o risco de explosões e incêndios e, ainda, para se inflamar é necessário que se submeta a uma temperatura superior à 620ºc. Somente para efeito de comparação, o álcool se inflama à 200ºc e a gasolina à 300ºc.

Os veículos movidos a gás emitem menos poluentes (óxidos nitrosos, dióxido de carbono e principalmente o monóxido de carbono).

Hoje existem no mundo 160.000.000 de toneladas de petróleo, garantindo uma reserva de aproximadamente 40 anos, enquanto o gás está em condições de garantir uma reserva de 65 anos.

Principais vantagens do uso do Gás Natural Veicular:

*Economia de aproximadamente 70% no valor do combustível

* Redução da alíquota do IPVA

* Maior vida útil do motor

* As características de sua queima são pouco agressivas ao meio ambiente

* O Veículo torna-se bi-combustível. A conversão do carro para o GNV não elimina a possibilidade de utilizar o combustível original

* Maior duração de calibração dentro dos limites de poluentes, por ser um sistema estável.

Apesar de ser um combustível renovável, a sua capacidade de produção é limitada pois depende das áreas agrícolas disponíveis (que terão, também, de ser usadas para fins alimentares) e portanto só poderá substituir, parcialmente, o gasóleo. O preço do biodiesel é ainda elevado, mas as novas tecnologias permitirão reduzir os custos da sua produção.

O biodiesel ainda esbarra em vários obstáculos, como a falta de regulamentação e os preços atuais do diesel derivado do petróleo. Estima-se que no começo do próximo século, teremos condições de gerar biodiesel correspondente a 8% de todo o diesel consumido.

Os motores a óleo vegetal possibilitam uma redução de 11% a 53% na emissão de monóxido de carbono, e os gases da combustão do óleo vegetal não emitem dióxido de enxofre, um dos causadores da chamada chuva ácida. O Brasil também tem a preocupação em reduzir poluentes. Desde 1997 fazemos óleo diesel com menos partículas de enxofre.

Atualmente já existem veículos que utilizam o biodiesel - quatro viaturas ligeiras e duas pesadas da Câmara Municipal de Lisboa, Portugal (mistura de 30%) e 18 autocarros da Carris (17 com mistura de 5% e 1 com 30%), ao longo de 6 meses e durante a Expo'98.

Vantagens do biodiesel:

· O biodiesel é mais seguro do que o diesel de petróleo;

· O ponto de combustão do biodiesel na sua forma pura é de mais de 300 F contra 125 F do diesel comum;

· Equipamentos a biodiesel são, portanto, mais seguros;

· A exaustão do biodiesel é menos ofensiva;

· O uso do biodiesel resulta numa notável redução dos odores, o que é um benefício real em espaços confinados;

· Tem odor semelhante ao cheiro de batatas fritas;

· Não foram noticiados casos de irritação nos olhos;

· Como o biodiesel é oxigenado, ele apresenta uma combustão mais completa;

· Biodiesel não requer armazenamento especial;

· O biodiesel na sua forma natural pode ser armazenado em qualquer lugar onde o petróleo é armazenado, e pelo fato de ter maior ponto de fusão é ainda mais seguro o transporte deste;

· Biodiesel funciona em motores convencionais;

· O biodiesel requer mínimas modificações para operar em motores já existentes;

· É renovável, contribuindo para a redução do dióxido de carbono;

· O biodiesel pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel de petróleo;

· Aumenta a vida útil dos motores por ser mais lubrificante;

· O biodiesel é biodegradável e não tóxico.


Mamona e Biodiesel

A mamona (Ricinus communis - Euphorbiaceae) é uma planta existente nas regiões secas do Brasil. Está sendo utilizada como combustível renovável, ecologicamente correto, ajudando o sertanejo a ter uma fonte de renda e ter sobrevivência em épocas de estiagem.

O biodiesel extraído da mamona pode ser usado em qualquer motor, como os de tratores ou os de caminhões, sem nenhuma adaptação.

O biodiesel pode ser produzido a partir de todo óleo vegetal e até animal, como óleo de peixe. No caso do combustível feito a partir de óleo de mamona, que tem uma viscosidade maior, ele precisa ser misturado na proporção de 20% de biodiesel para 80% de diesel comum para ser usado. Na sua combustão, não há emissão das substâncias mais poluentes (que contêm enxofre), encontradas nos combustíveis fósseis. O biodiesel pode inclusive ser usado em geradores de energia, neste momento de escassez, ajudando a reduzir a importação de petróleo.

Depois de extraído o óleo, a sobra (chamada de torta ou farelo) ainda pode ser usada como ração animal. No caso da mamona, é preciso desintoxicar o farelo antes de transformá-lo em ração. É possível também transformar a madeira do caule em adubo. A mamona produz de 15 a 20 toneladas de madeira por hectare.

O biodiesel e o meio-ambiente

A utilização de combustíveis fósseis influencia negativamente a qualidade e o equilíbrio do meio-ambiente. Dois exemplos corriqueiros desse problema são os altos índices de poluição dos grandes centros urbanos e o derramamento de petróleo no mar. Ambos causam um grande impacto negativo no eco-sistema regional.

As altas emissões de monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOX) e dióxido de enxofre (SO2) são apontadas como principais causadoras das chuvas ácidas, extremamente prejudiciais às florestas, lavouras e animais. Além disso, esses combustíveis fósseis possuem uma taxa de emissão de CO2 muito alta, fator diretamente relacionado com o problema do efeito estufa e suas conseqüências (aumento da temperatura global, derretimento das calotas polares, desequilíbrio ecológico, entre outros).

Conforme foi dito anteriormente, o biodiesel é um combustível menos poluente que o diesel tradicional. Apesar de também haver emissão de CO2 (e nenhum outro resíduo nocivo ao meio-ambiente), estudos apontam índices de emissão de CO2 até 80% menores em relação ao diesel de petróleo. Devido a essa característica, ele se torna uma opção não agressiva ao meio-ambiente. O que faz do biodiesel um combustível renovável é o fato de que todo o CO2, emitido na queima no motor, consegue ser capturado pelas plantas e utilizado por estas durante o seu crescimento e existência. Estas mesmas plantas serão utilizadas mais tarde como fonte para a produção de novos biocombustíveis, por esse motivo, chamados de energias renováveis.

Etanol

O Brasil é reconhecido mundialmente pelo pioneirismo na introdução do etanol em sua matriz energética. Inicialmente, o álcool etílico anidro foi adicionado à gasolina como oxigenante, tornando-se a mistura compulsória a partir de 1938.

Em 1975, com o lançamento do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), o percentual de álcool anidro misturado à gasolina aumentou significativamente e o álcool etílico hidratado passou a ser utilizado em veículos cujos motores foram especialmente desenvolvidos para esse combustível.

Desde o lançamento do Proálcool, há 30 anos, a produção de álcool no país aumentou de 700 milhões de litros em 1975 para 15 bilhões de litros na safra de 2004 / 2005. Durante esse período, como no ano de 1985, os veículos movidos a álcool chegaram a atingir 85% das vendas totais no país. Porém, devido à crise de abastecimento ocorrida em 1989, esse percentual reduziu-se em curto espaço de tempo para cerca de 2% e manteve-se nesse patamar até o início de 2003.

Em março daquele ano, os veículos bicombustíveis (Flex Fuel) foram lançados no mercado brasileiro e depois de dois anos de existência, chegaram a representar aproximadamente 53% das vendas de veículos novos em 2005, de acordo com dados da ANFAVEA. Desde então, nota-se um aumento na demanda por etanol no mercado interno, o qual responde por quase a totalidade do consumo do produto fabricado no país. Tal aumento decorre principalmente do menor custo do álcool ao consumidor, quando comparado à gasolina, cujo preço está sujeito à instabilidade da oferta de petróleo no mercado internacional.

No contexto mundial, os biocombustíveis deverão suprir uma importante parte da demanda mundial num futuro próximo, motivada principalmente por considerações de ordem ambiental, pela elevação dos preços do petróleo no mercado internacional e pela incerteza na oferta de combustíveis fósseis no médio e longo prazo.

Por essas razões, a demanda por etanol no mercado internacional tem sido crescente nos últimos anos. O Brasil, além de maior produtor e consumidor de etanol, é também o maior exportador no cenário global. Até meados de 2002 as exportações brasileiras de álcool eram insignificantes, mas com o crescimento da demanda por esse biocombustível no mercado internacional, o volume exportado cresceu de 565 milhões de litros em 2003, para 2,1 bilhões de litros no período de janeiro a novembro de 2005.

Aliado ao crescimento das exportações brasileiras de açúcar, o cenário acima explica boa parte da significativa expansão do setor sucroalcooleiro nacional nos últimos anos e as perspectivas promissoras do mercado interno e externo para esse biocombustível num futuro bastante próximo. Sem dúvida, a necessidade de fornecer etanol para o mercado interno em expansão e para o mercado internacional, que anseia por fontes renováveis de energia, traz excelentes oportunidades para incrementos ainda maiores no crescimento do setor. Nos anos recentes, nota-se o aumento da produção de cana-de-açúcar e de seus produtos derivados, açúcar e etanol, tanto nas tradicionais regiões produtoras como em estados que representam novas fronteiras agrícolas para a cultura canavieira no Brasil.

“O etanol é hoje um produto de diversas aplicações no mercado, largamente utilizado como combustível automotivo na forma hidratada ou misturado à gasolina”. Também têm aplicações em produtos como perfumes, desodorantes, medicamentos, produtos de limpeza doméstica e bebidas alcoólicas. Merece destaque como uma das principais fontes energéticas do Brasil, além de ser renovável e pouco poluente.

Como já mencionado anteriormente, o Brasil é hoje o maior produtor mundial de etanol, que quando utilizado como combustível em automóveis, representa uma alternativa à gasolina de petróleo. Destacam-se na produção do etanol os estados de São Paulo e Paraná, respondendo juntos por quase 90% da safra total produzida. Além disso, o Brasil lidera a produção mundial de cana-de-açúcar (principal matéria-prima do etanol), sendo essa uma indústria que movimenta vários bilhões de dólares por ano. O fato de tanto a cana-de-açúcar quanto o etanol serem produzidos dentro do Brasil, representa uma menor dependência de petróleo externo, diminuindo substancialmente os gastos com importações.

O etanol é, numa definição simples, um álcool incolor, volátil, inflamável e totalmente solúvel em água, derivado da cana-de-açúcar, do milho, da uva, da beterraba ou de outros cereais, produzido através da fermentação da sacarose. Comercialmente, é conhecido como álcool etílico, e sua fórmula molecular C2H5OH ou C5H6O.

O etanol contém aproximadamente 35% de oxigênio em sua composição e possui combustão limpa, ou seja, sua queima resulta somente em calor, sem presença de fuligem. Devido a isso, a emissão de CO2 na queima é baixíssima.

O teor de etanol presente em uma determinada mistura é expressa em ºGL. Essa escala, chamada de “graus Gay-Lussac”, diz qual a porcentagem de etanol existente na solução. Por exemplo, em uma garrafa de vinho, existem 11% de etanol, ou seja, 11 ºGL. Já o álcool utilizado para limpeza doméstica possui 96 ºGL. No caso do uso do etanol hidratado como combustível, por lei, o mesmo deve estar entre 93,2 ºGL e 93,8 ºGL. Já o álcool 100 ºGL é chamado de álcool absoluto ou álcool anidro (anidro = totalmente seco).

A utilização do etanol para a produção de biodiesel ocorre por um processo chamado transesterificação. Basicamente, este processo se dá através de reações químicas entre o etanol (ou metanol, que também pode ser usado) e os óleos vegetais ou gorduras animais, estimuladas pela presença de um catalisador (hidróxido de sódio, por exemplo). Este processo resulta em dois subprodutos: o biodiesel propriamente e o glicerol (glicerina), de grande aproveitamento na indústria química. O biodiesel e a glicerina geralmente são separados por gravidade, ou utilizando-se centrífugas para encurtar o tempo do processo. Depois disso, o biodiesel ainda precisa ser purificado, para que seja retirado o excesso de etanol, resíduos do catalisador utilizado e sabão que pode eventualmente se formar. O etanol retirado em excesso é reaproveitado em um novo processo de produção.

BIOMASSA

“Biomassa pode ser definido, de forma simples, como uma fonte de energia limpa (não poluente) e renovável, disponível em grande abundância e derivada de materiais orgânicos”. Todos os organismos existentes capazes de realizar fotossíntese – ou derivados destes – podem ser utilizados como biomassa. Como exemplos de fontes de biomassa, que podem se encaixar nessa definição, citamos a cana-de-açúcar, restos de madeira, estrume de gado, óleo vegetal ou até mesmo o lixo urbano.

Apesar de ser, atualmente, o centro de atenção de alguns setores, a biomassa já é conhecida e utilizada pela humanidade há muito tempo. Durante milhares de anos foi a única fonte de energia disponível à população, uma vez que não havia conhecimento científico para a exploração de outros recursos. Em um fogão à lenha ou em uma fogueira, a madeira queimada é um combustível de biomassa.

Estando a poucos passos de uma crise energética, com a previsão do fim das reservas de petróleo e carvão mineral, a energia elétrica também cada vez mais escassa e a energia nuclear um tanto perigosa, torna-se uma questão vital a busca por fontes alternativas de energia e inúmeros esforços estão sendo feitos para que seja possível obter o máximo de energia da biomassa.

Outro fator importante é o volume cada vez maior de lixo produzido no mundo. Uma vez que até este lixo pode ser aproveitado para geração de energia e a sua utilização contribui para amenizar vários problemas ao mesmo tempo: diminuição do nível de poluição ambiental, contenção do volume de lixo das cidades e aumento da produção de energia. Exemplos práticos disso são as sobras de casca de arroz, que geram energia para a indústria gaúcha, a queima do bagaço da cana-de-açúcar para a geração de vapor para produção de energia elétrica. Também é fato que algumas cidades do mundo já utilizam parte de seu lixo urbano para produzir energia elétrica.

Vantagens da biomassa na produção de energia

Como principais vantagens que a biomassa possui, em relação aos combustíveis fósseis, na produção de energia, podem listar as seguintes:

- Ser fonte de energia limpa e renovável;

- Causar menor corrosão de equipamentos;

- Os resíduos emitidos pela sua queima não interferem no efeito estufa. Ao contrário, partindo do ponto extremo da erradicação das emissões, por exemplo, de SO2 (dióxido de enxofre), torna-se mais fácil reparar a situação;

- Ser uma fonte de energia, descentralizadora de renda – qualquer pessoa dona de um pouco de terra pode plantar vegetais que servem como fonte de biomassa;

- Reduzir a dependência de petróleo por parte de países subdesenvolvidos, servindo também, dessa forma, como descentralizadora de poder;

- Diminuir o lixo industrial. Pequenos produtores que utilizariam restos de produção, como fonte de biomassa, para geração própria de energia. Por exemplo, madeireiras que passariam a utilizar resíduos (serragem e restos de madeira), que antes viraria lixo;

- Ter baixo custo de implantação e manutenção.

BIOGÁS

Biogás é um biocombustível, pois é considerado uma fonte de energia renovável. É produzido a partir de uma mistura gasosa de dióxido de carbono com gás metano. A produção do biogás pode ocorrer naturalmente por meio da ação de bactérias em materiais orgânicos (lixo doméstico orgânico, resíduos industriais de origem vegetal, esterco de animal).

O biogás também pode ser produzido de forma artificial. Para tanto, utiliza-se um equipamento chamado biodigestor anaeróbico. Este equipamento é uma espécie de reator químico que produz reações químicas de origem biológica.

O biogás pode ser usado em substituição à gases de origem mineral como, por exemplo, o GLP (conhecido popularmente como gás de cozinha) e o gás natural. .

O biogás pode também ser utilizado para a produção de energia elétrica. Para tanto, é necessário a utilização de geradores elétricos específicos.

BIO-ÓLEO

Pesquisadores da Unicamp produziram a partir de biomassa um óleo combustível que traz benefícios ambientais, sociais e tem diversas aplicações. O bio-óleo, assim batizado pelos cientistas, foi produzido por pesquisadores do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe), da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM).

O bio-óleo é produzido a partir da degradação térmica de resíduos agrícolas em um reator. "O material utilizado pode variar em função do local". "No interior paulista podem ser usados o bagaço e a palha da cana e no Rio de Grande do Sul a casca do arroz." Ao contrário dos combustíveis fósseis, a biomassa é renovável e não aumenta a concentração de poluentes no ar. O gás carbônico absorvido pela planta durante seu crescimento compensa aquele que será liberado na queima do bio-óleo.

O bio-óleo pode substituir o diesel, mas sua aplicação ideal não é em veículos, e sim como alternativa na geração de energia. Devido à diferença de poder calorífico, é preciso uma quantidade de bio-óleo duas vezes maior do que de diesel para fazer funcionar um motor de caminhão. No entanto, em uma unidade estacionária de geração de energia, onde pode haver grandes tanques de armazenamento, isso não é um inconveniente.

"Uma cidade afastada como Benjamin Constant (AM) só possui termelétricas a diesel como geradoras de energia." "Como o bio-óleo pode ser produzido na própria região, elimina-se o problema do transporte do diesel, que é difícil, caro e poluente." Outro benefício da produção do bio-óleo seria "a criação de novos empregos e a manutenção dos trabalhadores nas áreas rurais".

Entre outras aplicações, é possível fracionar o bio-óleo e usar parte de sua composição na indústria alimentícia para a defumação. Ele pode também substituir em 50% o fenol petroquímico na produção de resinas fenólicas, usadas como colas nas madeiras compensadas e na fabricação de vernizes e adesivos. O Brasil consome por ano 60 mil toneladas de fenol petroquímico a um custo de 750 dólares a tonelada.

Assim como o petróleo, o bio-óleo tem uma constituição química complexa e alguns de seus compostos podem ser isolados, modificados e usados para diversas aplicações. Embora difíceis de ser isolados, os compostos derivados do bio-óleo (como a vanilina, essência retirada da baunilha, atualmente produzida a partir do bio-óleo na França) atingem alto valor de mercado e têm importantes funções.

A pesquisa foi realizada com recursos da Fapesp e da Finep e contou com apoio do Centro de Tecnologia da empresa privada Copersucar. Atualmente, estudos avaliam a produção do composto em escala industrial com qualidade e rendimento. "O bio-óleo poderá custar menos da metade do diesel". "Mas é preciso o interesse de alguma empresa."