sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Etanol nas bebidas alcoólicas.

Vinho cerveja, aguardente e uísque são bebidas alcoólicas. Todas contêm etanol, conhecido popularmente como álcool.
Já que todas as bebidas contêm álcool, o que faz com que elas possuam sabores diferentes? Essas bebidas são misturas contendo etanol, água e outras substâncias que devem sua presença ao modo como foram produzidas. São essas “outras substâncias” que conferem o sabor e o aroma característico de bebidas como o vinho e uísque.
Na Roma Antiga, as festas em homenagem a BACO, deus do vinho (origem da palavra: bacanais) envolviam grandes bebedeiras coletivas. O abuso do álcool e os prejuízos dele decorrente eram comuns na Roma da Antiguidade.
Cada bebida alcoólica possui um teor diferente de etanol. É comum encontrarmos no rótulo a graduação expressa em ºGL.
A cerveja é feita de cevada, seu sabor característico deve-se as folhas de lúpulo, planta de origem européia, adicionadas propositadamente durante a preparação.
O vinho é uma bebida obtida da uva. Cada tipo de uva confere ao vinho um sabor característico, devido a aromatizantes naturais contidos na fruta. Assim, é comum encontrarmos no rótulo a indicação da uva usada: carbenet, merlot, riesling, semillon etc.
O uísque é obtido da cevada e também do milho. Nesse último caso é chamado Bourbon. A cor dourada característica da bebida é adquirida durante o envelhecimento em barris feitos em madeira apropriada: o carvalho.
Apesar de todos os álcoois apresentarem OH, seus efeitos no organismo podem ser muito diferentes. Assim, é importante que nas bebidas alcoólicas está presente um álcool especial: o etanol.
Existem álcoois que são perigosos se inalados ou ingeridos. É o caso, por exemplo, do metanol. Ingerir a pequena quantidade de 30 ml desse álcool leva à morte. Quantidades menores, 10 ml ou 15 ml, causam cegueira.
Apesar de tóxicos, o metanol é muito usado em laboratórios, indústria; e também como combustível. É conhecido como álcool da madeira, pois pode ser obtido pela sua destilação seca. Tal processo consiste em um aquecimento exagerado da madeira em ambiente com pouco oxigênio. Complexas reações provocam a decomposição da madeira, e vapores de várias substâncias são liberados. Entre eles o metanol.
O metanol pode causar danos ao fígado, pulmão e rins, bem como cegueira permanente. Dependendo da dose, pode matar.
Atualmente o metanol não é mais rotineiramente obtido da madeira. Ele é produzido do petróleo e do carvão mineral, através de transformações químicas feitas na indústria. Sua produção a partir do carvão, por exemplo, se dá em duas etapas. Na primeira, o carvão incandescente reage com a água no estado gasoso, formando uma mistura de gases CO e H2. Tal mistura é conhecida na indústria como gás de síntese (ou gás d’água), tamanha a sua importância na síntese de substâncias. A seguir, a mistura CO e H2 entram em contato, a 300 atm e 300 ºC, com um catalisador apropriado, que favorece a formação do metanol.
Grandes quantidades de metanol são produzidos industrialmente todos os anos. As indústrias detêm tecnologias para manusear esse metanol de forma segura.
O metanol é um combustível relativamente “limpo”. Sua combustão completa tem alto rendimento. Produzindo CO e H20. Ela contrasta com a combustão dos hidrocarbonetos presentes na gasolina, geralmente de baixo rendimento, já que muitas ligações C – C devem ser quebradas (lembre-se que no metanol não tem ligações C – C). Há estimativas de que apenas algo em torno de 50% da energia química contida na gasolina é aproveitada em um automóvel. Quando se dirige na cidade, este percentual cai para 15%.
Numa falta momentânea de etanol, o governo decidiu em 1990, autorizar o uso de uma mistura de etanol, metanol e gasolina como combustível em automóveis. O metanol foi importado,
Estudos revelam que automóveis movidos com metanol emitem menos restos de combustível não queimado (cerca de 85% menos). As emissões de CO2 e NO2, também são menores ( cerca de 90%).
Assim, embora o calor liberado na combustão da gasolina seja menor que na do metanol, a eficiência de sua queima e a diminuição de poluentes tem estimulado alguns governos a investir em projetos para moverem automóveis usando metanol.
Há, no entanto, alguns problemas relacionados com o uso de metanol em automóveis. Esses veículos emitem metanal em quantidade maior que os carros movidos à gasolina. O metanal é bastante prejudicial à saúde humana, havendo evidências de que seja carcinogênico (que dá origem a câncer).
Sob a luz diurna, a chama do metanol é praticamente invisível e isso pode causar sérios acidentes. Além disso, o metanol é mais corrosivo que a gasolina. Consequentemente, a vida útil do motor, do tanque de combustível e das demais partes metálicas em contato com o metanol é reduzida.
Alguns carros de corrida usam o metanol como combustível porque ele oferece menor risco de explosão, em caso de colisão, do que a gasolina.