sábado, 1 de novembro de 2008

textos sobre biocombustível

BIOCOMBUSTÍEL: é todo combustível produzido de fontes renováveis da biomassa, como, por exemplo, o álcool e resíduos de madeira. Quanto ao biodiesel, que, também, é um biocombustível, consiste de ésteres metílicos ou etílicos produzidos pela transesterificação de óleos vegetais ou gorduras animais.

O biocombustível ou combustível biológico é uma alternativa viável para substituição do petróleo com uma série de vantagens, tanto ambientais, como econômicas e sociais. Há um indicativo de que é possíveis 5% de adição de biocombustível no diesel de petróleo, que alimenta a economia, diminui a importação de petróleo e reduz a poluição.

O uso do petróleo como fonte energética representa uma das maiores causas da poluição do ar, e sua queima contribui para o efeito estufa. A energia renovável é uma alternativa para reduzir o efeito estufa. Além disso, o uso dela faz com que o país diminua a dependência do combustível fóssil, que num futuro muito próximo, dentro de 40 a 50 anos, estará em extinção.

De acordo com estudos, o biocombustível que se mostra totalmente viável é o álcool, pois já existem tecnologias e experiências em grande escala na área. Em muitos locais já existe a eliminação da queima da cana de açúcar, o que aumenta a produtividade. "Sem a queima da cana, sobra a palhada, que é um componente estratégico em nível de energia. Só a palhada dá mais energia que a própria cana, além de aumentar o número de empregos no processo de colheitas, aumentar o teor de matéria orgânica do solo e reduzir a poluição do ar".

O uso de biocombustíveis está cada vez mais em moda, pois é sabido, com muita clareza, que os combustíveis fósseis, os mais utilizados no mundo, são finitos e as reservas terrestres só tendem a diminuir e terminar, sem renovação. Além disso, são extremamente poluidores e causam sérios desequilíbrios no ambiente. Biocombustíveis são materiais biológicos que, quando em combustão, possuem a capacidade de gerar energia para realizar trabalhos. É certo que praticamente todo material biológico gera energia quando é queimado e suas conseqüências ao ambiente são menores que dos combustíveis fósseis.

O tipo mais difundido de biocombustível no Brasil é o álcool proveniente da cana de açúcar. Sua principal vantagem é a menor poluição que causa, em comparação aos combustíveis derivados do petróleo. A cana é um produto completo porque produz açúcar, álcool e bagaço, que é usado como combustível para geração de energia elétrica (Termo-geração). Contudo, possui algumas desvantagens, como o fato de não resolver o problema da dependência do petróleo.

O álcool proveniente da cana-de-açúcar tem sido o biocombustível número 1 na política brasileira de incentivo a energias alternativas ao petróleo. O mais grave durante a implantação do Pro - álcool talvez tenha sido a necessidade de se utilizar um motor específico que não permite a utilização alternada entre álcool e gasolina, quando for interessante, este problema foi contornado com o desenvolvimento da Tecnologia FLEX.

Ainda há a questão ambiental, com o estímulo ao Pró-álcool, grande área de Mata Atlântica foi substituída por plantações de cana de açúcar, particularmente no nordeste brasileiro. Isto acarretou graves problemas climáticos e de erosão, com elevação das temperaturas e da erodibilidade dos solos. Tanto que muitos usineiros agora têm preocupação em proteger os fragmentos que restam e recuperar áreas degradadas. Até porque atualmente o álcool não está dando o lucro esperado.

Já o biodiesel, ou seja, óleo virgem derivado de algumas espécies de plantas, apresenta vantagens muito interessantes, como a possibilidade real de substituir quase todos os equivalentes do petróleo sem modificação nos motores, eliminando a dependência do petróleo. Além de ser naturalmente menos poluente, o biodiesel reduz as emissões poluentes dos derivados de petróleo (em cerca de 40%, sendo que seu potencial cancerígeno é cerca de 94% menor que os derivados do petróleo), possui elevada capacidade de lubrificar as máquinas ou motores reduzindo possíveis danos, é seguro para armazenar e transportar porque é biodegradável, não-tóxico e não explosivo nem inflamável à temperatura ambiente, não contribui para a chuva ácida por não apresentar enxofre em sua composição, permite dispensar investimentos em grandes usinas, ou linhas de transmissão, para atendimento local de energia em regiões com pequena demanda.

BIOMASSA: Compreende massas orgânicas de origem biológica ou de materiais não-fósseis, utilizáveis como combustível para produção de calor ou geração elétrica. Inclui:

Carvão: resíduos sólidos da destilação destrutiva e pirólise da madeira e de outros materiais vegetais. Madeira, resíduos de madeira e de outros detritos sólidos.

O Brasil tem capacidade para liderar o maior mercado de energia renovável do mundo. Isso porque no país existe matéria prima renovável em abundância para fabricar o biocombustível - combustível de origem vegetal, como cana de açúcar, óleos vegetais e da madeira, derivados de leite, gordura animal, entre outros.

Alguns tipos de biocombustíveis:

*BIODIESEL: Mono-ester-alcalóide de ácidos gordos de longa cadeia, derivado de lipídeos orgânicos renováveis, como sejam óleos vegetais e gorduras animais, para utilização em motores de ignição por compressão (diesel). Produzido por transesterificação por meio de metanol.

Biodiesel é um combustível obtido a partir de óleos vegetais como o de girassol, nabo forrageiro, algodão, mamona, soja e canola, é uma energia renovável e, portanto, uma alternativa aos combustíveis tradicionais, como o gasóleo, que não são renováveis.

O biodiesel reduz determinadas emissões poluentes e emissões de dióxido de carbono que é o gás responsável pelo efeito estufa que está alterando o clima em escala mundial, promove o desenvolvimento da agricultura nas zonas rurais mais desfavorecidas, criando empregos e evitando a desertificação. O biodiesel apresenta inúmeras vantagens em relação ao diesel comum.

Reduz a dependência energética do nosso País e a saída de divisas pela poupança feita na importação do petróleo bruto.

O biodiesel pode ser utilizado em motores diesel, puro ou misturado com diesel fóssil numa proporção que vai de 1 a 99%.

Características do Biodiesel

- O biodiesel é mais seguro do que o diesel de petróleo. O ponto de combustão do biodiesel na sua forma pura é de mais de 300 F contra 125 F do diesel comum. Equipamentos a biodiesel são, portanto, mais seguros.

- A exaustão do biodiesel é menos ofensiva. Seu uso resulta numa notável redução dos odores, o que é um benefício real em espaços confinados. Seu cheiro se assemelha um pouco com o cheiro de batata frita. Não foram noticiados casos de irritação aos olhos. Como o biodiesel é oxigenado, ele apresenta uma combustão mais completa.

- Biodiesel não requer armazenamento especial. Na sua forma natural pode ser armazenado em qualquer lugar onde o petróleo é armazenado, e pelo fato de ter maior ponto de fusão é ainda mais seguro o seu transporte.

- O biodiesel funciona em motores convencionais.

- O biodiesel é renovável, contribuindo para a redução do dióxido de carbono.

- O biodiesel pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel de petróleo.

- Aumenta a vida útil dos motores por ser mais lubrificante. É biodegradável e não-tóxico.

TIPOS DE BIODIESEL

Há três modos de usar óleo vegetal num motor Diesel. Cada método tem suas vantagens e desvantagens.

O Biodiesel: é um combustível feito a partir de 80 a 90% de óleo vegetal, 10 a 20% de álcool e 0,35 a 1,5% de catalisador. É um combustível estável, funciona bem em todos os motores Diesel, tem baixa emissão de poluentes, pode ser misturado ao óleo diesel, é fácil de produzir, seguro e sem riscos ao meio ambiente.

O Biodiesel de Mamona além de possuir uma enorme vantagem social, possui algumas vantagens de ordem técnica. Seu óleo é predominantemente composto (90%) de ácido ricinoléico combinado. Esse ácido possui 18 átomos de carbonos em sua molécula, além de uma dupla no carbono 9 e uma hidroxila no carbono 12. Isso quer dizer que ele possui a vantagem de conter predominantemente um ácido mono-insaturado e possuir um maior teor de oxigênio em sua molécula.

O Óleo Vegetal e Querosene: ainda em teste, essa mistura requer cuidado e atenção nas proporções, com resultados inferiores ao Biodiesel. Se mal feito pode causar danos ao motor. Esse método requer um tanque extra no automóvel.

O Óleo Vegetal Puro: tanto o óleo vegetal usado quanto o novo podem ser usados. Esse método requer modificação no motor, pois é preciso aquecer o óleo vegetal para que ele fique com a mesma consistência e viscosidade que o óleo diesel. É preciso um tanque extra e de um trocador de calor.

GÁS NATURAL: O Gás natural veicular é uma mistura de gases (hidrocarbonetos leves e gases inertes) com cerca de 90%de metano. Não é Tóxico. Após sua extração, o Gás natural é enviado por gasoduto a Unidades de Processamento de Gás natural para retirada de frações condensáveis e mais pesadas do Gás natural, como a gasolina natural e o gás liquefeito do petróleo - GLP (mistura de propano e butano) - gás de cozinha, resultando em um gás seco, limpo e extremamente leve em relação ao ar, com excelentes qualidades energéticas para consumo nos veículos e indústrias.

O Gás natural é reconhecidamente mais seguro que os demais combustíveis. Por ser mais leve, o gás, em caso de vazamento, se dissipa rapidamente na atmosfera, diminuindo o risco de explosões e incêndios e, ainda, para se inflamar é necessário que se submeta a uma temperatura superior à 620ºc. Somente para efeito de comparação, o álcool se inflama à 200ºc e a gasolina à 300ºc.

Os veículos movidos a gás emitem menos poluentes (óxidos nitrosos, dióxido de carbono e principalmente o monóxido de carbono).

Hoje existem no mundo 160.000.000 de toneladas de petróleo, garantindo uma reserva de aproximadamente 40 anos, enquanto o gás está em condições de garantir uma reserva de 65 anos.

Principais vantagens do uso do Gás Natural Veicular:

*Economia de aproximadamente 70% no valor do combustível

* Redução da alíquota do IPVA

* Maior vida útil do motor

* As características de sua queima são pouco agressivas ao meio ambiente

* O Veículo torna-se bi-combustível. A conversão do carro para o GNV não elimina a possibilidade de utilizar o combustível original

* Maior duração de calibração dentro dos limites de poluentes, por ser um sistema estável.

Apesar de ser um combustível renovável, a sua capacidade de produção é limitada pois depende das áreas agrícolas disponíveis (que terão, também, de ser usadas para fins alimentares) e portanto só poderá substituir, parcialmente, o gasóleo. O preço do biodiesel é ainda elevado, mas as novas tecnologias permitirão reduzir os custos da sua produção.

O biodiesel ainda esbarra em vários obstáculos, como a falta de regulamentação e os preços atuais do diesel derivado do petróleo. Estima-se que no começo do próximo século, teremos condições de gerar biodiesel correspondente a 8% de todo o diesel consumido.

Os motores a óleo vegetal possibilitam uma redução de 11% a 53% na emissão de monóxido de carbono, e os gases da combustão do óleo vegetal não emitem dióxido de enxofre, um dos causadores da chamada chuva ácida. O Brasil também tem a preocupação em reduzir poluentes. Desde 1997 fazemos óleo diesel com menos partículas de enxofre.

Atualmente já existem veículos que utilizam o biodiesel - quatro viaturas ligeiras e duas pesadas da Câmara Municipal de Lisboa, Portugal (mistura de 30%) e 18 autocarros da Carris (17 com mistura de 5% e 1 com 30%), ao longo de 6 meses e durante a Expo'98.

Vantagens do biodiesel:

· O biodiesel é mais seguro do que o diesel de petróleo;

· O ponto de combustão do biodiesel na sua forma pura é de mais de 300 F contra 125 F do diesel comum;

· Equipamentos a biodiesel são, portanto, mais seguros;

· A exaustão do biodiesel é menos ofensiva;

· O uso do biodiesel resulta numa notável redução dos odores, o que é um benefício real em espaços confinados;

· Tem odor semelhante ao cheiro de batatas fritas;

· Não foram noticiados casos de irritação nos olhos;

· Como o biodiesel é oxigenado, ele apresenta uma combustão mais completa;

· Biodiesel não requer armazenamento especial;

· O biodiesel na sua forma natural pode ser armazenado em qualquer lugar onde o petróleo é armazenado, e pelo fato de ter maior ponto de fusão é ainda mais seguro o transporte deste;

· Biodiesel funciona em motores convencionais;

· O biodiesel requer mínimas modificações para operar em motores já existentes;

· É renovável, contribuindo para a redução do dióxido de carbono;

· O biodiesel pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel de petróleo;

· Aumenta a vida útil dos motores por ser mais lubrificante;

· O biodiesel é biodegradável e não tóxico.


Mamona e Biodiesel

A mamona (Ricinus communis - Euphorbiaceae) é uma planta existente nas regiões secas do Brasil. Está sendo utilizada como combustível renovável, ecologicamente correto, ajudando o sertanejo a ter uma fonte de renda e ter sobrevivência em épocas de estiagem.

O biodiesel extraído da mamona pode ser usado em qualquer motor, como os de tratores ou os de caminhões, sem nenhuma adaptação.

O biodiesel pode ser produzido a partir de todo óleo vegetal e até animal, como óleo de peixe. No caso do combustível feito a partir de óleo de mamona, que tem uma viscosidade maior, ele precisa ser misturado na proporção de 20% de biodiesel para 80% de diesel comum para ser usado. Na sua combustão, não há emissão das substâncias mais poluentes (que contêm enxofre), encontradas nos combustíveis fósseis. O biodiesel pode inclusive ser usado em geradores de energia, neste momento de escassez, ajudando a reduzir a importação de petróleo.

Depois de extraído o óleo, a sobra (chamada de torta ou farelo) ainda pode ser usada como ração animal. No caso da mamona, é preciso desintoxicar o farelo antes de transformá-lo em ração. É possível também transformar a madeira do caule em adubo. A mamona produz de 15 a 20 toneladas de madeira por hectare.

O biodiesel e o meio-ambiente

A utilização de combustíveis fósseis influencia negativamente a qualidade e o equilíbrio do meio-ambiente. Dois exemplos corriqueiros desse problema são os altos índices de poluição dos grandes centros urbanos e o derramamento de petróleo no mar. Ambos causam um grande impacto negativo no eco-sistema regional.

As altas emissões de monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOX) e dióxido de enxofre (SO2) são apontadas como principais causadoras das chuvas ácidas, extremamente prejudiciais às florestas, lavouras e animais. Além disso, esses combustíveis fósseis possuem uma taxa de emissão de CO2 muito alta, fator diretamente relacionado com o problema do efeito estufa e suas conseqüências (aumento da temperatura global, derretimento das calotas polares, desequilíbrio ecológico, entre outros).

Conforme foi dito anteriormente, o biodiesel é um combustível menos poluente que o diesel tradicional. Apesar de também haver emissão de CO2 (e nenhum outro resíduo nocivo ao meio-ambiente), estudos apontam índices de emissão de CO2 até 80% menores em relação ao diesel de petróleo. Devido a essa característica, ele se torna uma opção não agressiva ao meio-ambiente. O que faz do biodiesel um combustível renovável é o fato de que todo o CO2, emitido na queima no motor, consegue ser capturado pelas plantas e utilizado por estas durante o seu crescimento e existência. Estas mesmas plantas serão utilizadas mais tarde como fonte para a produção de novos biocombustíveis, por esse motivo, chamados de energias renováveis.

Etanol

O Brasil é reconhecido mundialmente pelo pioneirismo na introdução do etanol em sua matriz energética. Inicialmente, o álcool etílico anidro foi adicionado à gasolina como oxigenante, tornando-se a mistura compulsória a partir de 1938.

Em 1975, com o lançamento do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), o percentual de álcool anidro misturado à gasolina aumentou significativamente e o álcool etílico hidratado passou a ser utilizado em veículos cujos motores foram especialmente desenvolvidos para esse combustível.

Desde o lançamento do Proálcool, há 30 anos, a produção de álcool no país aumentou de 700 milhões de litros em 1975 para 15 bilhões de litros na safra de 2004 / 2005. Durante esse período, como no ano de 1985, os veículos movidos a álcool chegaram a atingir 85% das vendas totais no país. Porém, devido à crise de abastecimento ocorrida em 1989, esse percentual reduziu-se em curto espaço de tempo para cerca de 2% e manteve-se nesse patamar até o início de 2003.

Em março daquele ano, os veículos bicombustíveis (Flex Fuel) foram lançados no mercado brasileiro e depois de dois anos de existência, chegaram a representar aproximadamente 53% das vendas de veículos novos em 2005, de acordo com dados da ANFAVEA. Desde então, nota-se um aumento na demanda por etanol no mercado interno, o qual responde por quase a totalidade do consumo do produto fabricado no país. Tal aumento decorre principalmente do menor custo do álcool ao consumidor, quando comparado à gasolina, cujo preço está sujeito à instabilidade da oferta de petróleo no mercado internacional.

No contexto mundial, os biocombustíveis deverão suprir uma importante parte da demanda mundial num futuro próximo, motivada principalmente por considerações de ordem ambiental, pela elevação dos preços do petróleo no mercado internacional e pela incerteza na oferta de combustíveis fósseis no médio e longo prazo.

Por essas razões, a demanda por etanol no mercado internacional tem sido crescente nos últimos anos. O Brasil, além de maior produtor e consumidor de etanol, é também o maior exportador no cenário global. Até meados de 2002 as exportações brasileiras de álcool eram insignificantes, mas com o crescimento da demanda por esse biocombustível no mercado internacional, o volume exportado cresceu de 565 milhões de litros em 2003, para 2,1 bilhões de litros no período de janeiro a novembro de 2005.

Aliado ao crescimento das exportações brasileiras de açúcar, o cenário acima explica boa parte da significativa expansão do setor sucroalcooleiro nacional nos últimos anos e as perspectivas promissoras do mercado interno e externo para esse biocombustível num futuro bastante próximo. Sem dúvida, a necessidade de fornecer etanol para o mercado interno em expansão e para o mercado internacional, que anseia por fontes renováveis de energia, traz excelentes oportunidades para incrementos ainda maiores no crescimento do setor. Nos anos recentes, nota-se o aumento da produção de cana-de-açúcar e de seus produtos derivados, açúcar e etanol, tanto nas tradicionais regiões produtoras como em estados que representam novas fronteiras agrícolas para a cultura canavieira no Brasil.

“O etanol é hoje um produto de diversas aplicações no mercado, largamente utilizado como combustível automotivo na forma hidratada ou misturado à gasolina”. Também têm aplicações em produtos como perfumes, desodorantes, medicamentos, produtos de limpeza doméstica e bebidas alcoólicas. Merece destaque como uma das principais fontes energéticas do Brasil, além de ser renovável e pouco poluente.

Como já mencionado anteriormente, o Brasil é hoje o maior produtor mundial de etanol, que quando utilizado como combustível em automóveis, representa uma alternativa à gasolina de petróleo. Destacam-se na produção do etanol os estados de São Paulo e Paraná, respondendo juntos por quase 90% da safra total produzida. Além disso, o Brasil lidera a produção mundial de cana-de-açúcar (principal matéria-prima do etanol), sendo essa uma indústria que movimenta vários bilhões de dólares por ano. O fato de tanto a cana-de-açúcar quanto o etanol serem produzidos dentro do Brasil, representa uma menor dependência de petróleo externo, diminuindo substancialmente os gastos com importações.

O etanol é, numa definição simples, um álcool incolor, volátil, inflamável e totalmente solúvel em água, derivado da cana-de-açúcar, do milho, da uva, da beterraba ou de outros cereais, produzido através da fermentação da sacarose. Comercialmente, é conhecido como álcool etílico, e sua fórmula molecular C2H5OH ou C5H6O.

O etanol contém aproximadamente 35% de oxigênio em sua composição e possui combustão limpa, ou seja, sua queima resulta somente em calor, sem presença de fuligem. Devido a isso, a emissão de CO2 na queima é baixíssima.

O teor de etanol presente em uma determinada mistura é expressa em ºGL. Essa escala, chamada de “graus Gay-Lussac”, diz qual a porcentagem de etanol existente na solução. Por exemplo, em uma garrafa de vinho, existem 11% de etanol, ou seja, 11 ºGL. Já o álcool utilizado para limpeza doméstica possui 96 ºGL. No caso do uso do etanol hidratado como combustível, por lei, o mesmo deve estar entre 93,2 ºGL e 93,8 ºGL. Já o álcool 100 ºGL é chamado de álcool absoluto ou álcool anidro (anidro = totalmente seco).

A utilização do etanol para a produção de biodiesel ocorre por um processo chamado transesterificação. Basicamente, este processo se dá através de reações químicas entre o etanol (ou metanol, que também pode ser usado) e os óleos vegetais ou gorduras animais, estimuladas pela presença de um catalisador (hidróxido de sódio, por exemplo). Este processo resulta em dois subprodutos: o biodiesel propriamente e o glicerol (glicerina), de grande aproveitamento na indústria química. O biodiesel e a glicerina geralmente são separados por gravidade, ou utilizando-se centrífugas para encurtar o tempo do processo. Depois disso, o biodiesel ainda precisa ser purificado, para que seja retirado o excesso de etanol, resíduos do catalisador utilizado e sabão que pode eventualmente se formar. O etanol retirado em excesso é reaproveitado em um novo processo de produção.

BIOMASSA

“Biomassa pode ser definido, de forma simples, como uma fonte de energia limpa (não poluente) e renovável, disponível em grande abundância e derivada de materiais orgânicos”. Todos os organismos existentes capazes de realizar fotossíntese – ou derivados destes – podem ser utilizados como biomassa. Como exemplos de fontes de biomassa, que podem se encaixar nessa definição, citamos a cana-de-açúcar, restos de madeira, estrume de gado, óleo vegetal ou até mesmo o lixo urbano.

Apesar de ser, atualmente, o centro de atenção de alguns setores, a biomassa já é conhecida e utilizada pela humanidade há muito tempo. Durante milhares de anos foi a única fonte de energia disponível à população, uma vez que não havia conhecimento científico para a exploração de outros recursos. Em um fogão à lenha ou em uma fogueira, a madeira queimada é um combustível de biomassa.

Estando a poucos passos de uma crise energética, com a previsão do fim das reservas de petróleo e carvão mineral, a energia elétrica também cada vez mais escassa e a energia nuclear um tanto perigosa, torna-se uma questão vital a busca por fontes alternativas de energia e inúmeros esforços estão sendo feitos para que seja possível obter o máximo de energia da biomassa.

Outro fator importante é o volume cada vez maior de lixo produzido no mundo. Uma vez que até este lixo pode ser aproveitado para geração de energia e a sua utilização contribui para amenizar vários problemas ao mesmo tempo: diminuição do nível de poluição ambiental, contenção do volume de lixo das cidades e aumento da produção de energia. Exemplos práticos disso são as sobras de casca de arroz, que geram energia para a indústria gaúcha, a queima do bagaço da cana-de-açúcar para a geração de vapor para produção de energia elétrica. Também é fato que algumas cidades do mundo já utilizam parte de seu lixo urbano para produzir energia elétrica.

Vantagens da biomassa na produção de energia

Como principais vantagens que a biomassa possui, em relação aos combustíveis fósseis, na produção de energia, podem listar as seguintes:

- Ser fonte de energia limpa e renovável;

- Causar menor corrosão de equipamentos;

- Os resíduos emitidos pela sua queima não interferem no efeito estufa. Ao contrário, partindo do ponto extremo da erradicação das emissões, por exemplo, de SO2 (dióxido de enxofre), torna-se mais fácil reparar a situação;

- Ser uma fonte de energia, descentralizadora de renda – qualquer pessoa dona de um pouco de terra pode plantar vegetais que servem como fonte de biomassa;

- Reduzir a dependência de petróleo por parte de países subdesenvolvidos, servindo também, dessa forma, como descentralizadora de poder;

- Diminuir o lixo industrial. Pequenos produtores que utilizariam restos de produção, como fonte de biomassa, para geração própria de energia. Por exemplo, madeireiras que passariam a utilizar resíduos (serragem e restos de madeira), que antes viraria lixo;

- Ter baixo custo de implantação e manutenção.

BIOGÁS

Biogás é um biocombustível, pois é considerado uma fonte de energia renovável. É produzido a partir de uma mistura gasosa de dióxido de carbono com gás metano. A produção do biogás pode ocorrer naturalmente por meio da ação de bactérias em materiais orgânicos (lixo doméstico orgânico, resíduos industriais de origem vegetal, esterco de animal).

O biogás também pode ser produzido de forma artificial. Para tanto, utiliza-se um equipamento chamado biodigestor anaeróbico. Este equipamento é uma espécie de reator químico que produz reações químicas de origem biológica.

O biogás pode ser usado em substituição à gases de origem mineral como, por exemplo, o GLP (conhecido popularmente como gás de cozinha) e o gás natural. .

O biogás pode também ser utilizado para a produção de energia elétrica. Para tanto, é necessário a utilização de geradores elétricos específicos.

BIO-ÓLEO

Pesquisadores da Unicamp produziram a partir de biomassa um óleo combustível que traz benefícios ambientais, sociais e tem diversas aplicações. O bio-óleo, assim batizado pelos cientistas, foi produzido por pesquisadores do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe), da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM).

O bio-óleo é produzido a partir da degradação térmica de resíduos agrícolas em um reator. "O material utilizado pode variar em função do local". "No interior paulista podem ser usados o bagaço e a palha da cana e no Rio de Grande do Sul a casca do arroz." Ao contrário dos combustíveis fósseis, a biomassa é renovável e não aumenta a concentração de poluentes no ar. O gás carbônico absorvido pela planta durante seu crescimento compensa aquele que será liberado na queima do bio-óleo.

O bio-óleo pode substituir o diesel, mas sua aplicação ideal não é em veículos, e sim como alternativa na geração de energia. Devido à diferença de poder calorífico, é preciso uma quantidade de bio-óleo duas vezes maior do que de diesel para fazer funcionar um motor de caminhão. No entanto, em uma unidade estacionária de geração de energia, onde pode haver grandes tanques de armazenamento, isso não é um inconveniente.

"Uma cidade afastada como Benjamin Constant (AM) só possui termelétricas a diesel como geradoras de energia." "Como o bio-óleo pode ser produzido na própria região, elimina-se o problema do transporte do diesel, que é difícil, caro e poluente." Outro benefício da produção do bio-óleo seria "a criação de novos empregos e a manutenção dos trabalhadores nas áreas rurais".

Entre outras aplicações, é possível fracionar o bio-óleo e usar parte de sua composição na indústria alimentícia para a defumação. Ele pode também substituir em 50% o fenol petroquímico na produção de resinas fenólicas, usadas como colas nas madeiras compensadas e na fabricação de vernizes e adesivos. O Brasil consome por ano 60 mil toneladas de fenol petroquímico a um custo de 750 dólares a tonelada.

Assim como o petróleo, o bio-óleo tem uma constituição química complexa e alguns de seus compostos podem ser isolados, modificados e usados para diversas aplicações. Embora difíceis de ser isolados, os compostos derivados do bio-óleo (como a vanilina, essência retirada da baunilha, atualmente produzida a partir do bio-óleo na França) atingem alto valor de mercado e têm importantes funções.

A pesquisa foi realizada com recursos da Fapesp e da Finep e contou com apoio do Centro de Tecnologia da empresa privada Copersucar. Atualmente, estudos avaliam a produção do composto em escala industrial com qualidade e rendimento. "O bio-óleo poderá custar menos da metade do diesel". "Mas é preciso o interesse de alguma empresa."

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

AMINAS E AMIDAS

Aminas
Aminas são substâncias orgânicas derivadas teoricamente da amônia (NH3), pela substituição de 1,2 ou 3 hidrogênios por radicais orgânicos.
Classificação das aminas
Amina primária: 1 hidrogênio substituído por radical orgânico
Amina secundaria: 2 hidrogênios substituídos por radical orgânico
Amina terciária: 3 hidrogênios substituídos por radical orgânico
Nomenclatura das aminas
A nomenclatura das aminas é feita pela ordem de complexidade do radical com menor número de carbonos para o de maior número de carbonos, finalizando como nome amina.
H3C – NH – CH2 – CH3 Metil – etil amina
H3C – CH2 – CH2 – NH – CH2 – CH3 Etil propilamina
H3C – CH2 – N – CH2 – CH2 – CH3 Metil – etil – propilamina

CH3
Quando houver um só grupo ou quando os grupos forem idênticos a nomenclatura será da seguinte forma:
H3C – NH2 Metilamina
H3C – CH2 – NH2 Etilamina
Quando a estrutura apresentar mais de um grupo – NH2, a cadeia deve ser numerada indicando o grupo – nh2 como sufixo diamina, triamina etc.
Anilina – é um óleo incolor aromático muito usado como matéria prima na presença de diversos corantes para tecidos, medicamentos e na indústria da borracha como acelerador da vulcanização (fenilamina ou anilina).
Amidas
São compostos que apresenta o grupamento funcional amida:
O O
// //
– C ou – C
\ \
Nh2 – N –

Nomenclatura oficial
A nomenclatura das amidas deriva do nome do hidrocarboneto correspondente com a terminação amida.
As amidas podem ser classificadas como:
Primária – apresentam somente um radical orgânico ligado ao nitrogênio do grupo nh2.
Secundárias – apresentam dois radicais orgânicos ligados ao nitrogênio do NH2.
A nomenclatura é feita seguindo a ordem de complexidade, ou seja, do menor para o maior número de carbonos.
Uréia – a uréia ou carbodiamida é uma substância não tóxica, formada a partir do excesso de aminoácidos, transportado pelo sangue até os rins e expelido na urina. Na indústria é preparada a partir do aquecimento da amônia (NH3) em presença de CO2. É utilizada como fertilizante químico para fornecer ao solo o nitrogênio, é utilizada, também, como matéria prima na fabricação de elásticos e produtos farmacêuticos.
LSD e ecstasy – são drogas perigosas. O LSD (ácido lisérgico) foi descoberto em 1938 na Suíça. E migrou para os EUA, espalhando-se pelo mundo. O Ecstasy surgiu na Inglaterra em 1989. Essas drogas são compostas principalmente de anfetaminas, substâncias usadas em remédios como moderadoras de apetite. As drogas alteram o mecanismo de neuro transmissão. As anfetaminas funcionam como estimulantes, pois aumentam a quantidade de neurotransmissores liberados, causando agitação, ansiedade e a sensação de “estar ligado”. Ao consumir estas drogas, a pessoa pode ter convulsões e até parada cardíaca. O uso freqüente causa danos neurológicos graves. Essas alucinações podem ocorrer até um ano depois. O uso freqüente pode causar alterações cromossômicas e os filhos podem nascer com problemas de mal-formação (o LSD age provocando alucinações visuais e distorções da realidade). O ecstasy é uma mistura de estimulantes, geralmente anfetaminas (em maior quantidade) e substâncias alucinógenas, alguns tipos podem conter heroína. Essa droga reúne os riscos dos alucinógenos e dos estimulantes. Existem vários tipos de ecstasy, o que torna mais difícil saber qual o problema que será causado na substância ingerida.

Putrescina
A Putrescina é uma molécula orgânica com a fórmula NH2(CH2)4NH2(1,4-diaminobutano ou butanodiamina) que se forma na carne podre e a esta dá um cheiro característico.
Está relacionada com a cadaverina, ambas se formam pela decomposição dos aminoácidos em organismos vivos e mortos.

Cadaverina
A cadaverina (ou 1,5-diaminopentano; ou pentametilenediamina ou pentano-1,5-diamina) é uma amina (fórmula química C5H14N2) é uma molécula produzida pela hidrólise proteica durante a putrefação de tecidos orgânicos de corpos em decomposição. A cadaverina é um dos principais elementos reponsáveis pelo odor nauseabundo dos cadáveres.
Esta diamina não está, todavia, relacionada apenas com a putrefação, sendo também produzida em pequenas quantidades pelos seres vivos. É parcialmente responsável também pelo odor característico do sêmen.

Ésteres

Ésteres
Os ésteres são classificados em três grupos:
1. Essências – são derivadas de ácidos e álcoois de cadeia curta. São utilizados principalmente na indústria de alimentos pára imitar o sabor e o aroma de algumas frutas. Essas substâncias químicas recebem o nome de flavorizantes.
1.a – etanoato de etila – essência que imita o sabor de maçã verde nas gomas de mascar e balas.
1.b – metanoato de etila – essência de groselha.
1.c – acetato de pentila – essência de pêra.
2. Óleos e gorduras – são os ésteres mais importantes do nosso dia-a-dia. Produtos como óleo de soja, azeite de oliva, a manteiga ou a margarina estão frequentemente presentes na nossa refeição diária. Sabões, e sabonetes são produtos usados em limpeza e no nosso banho diário.
Todos os produtos citados são ésteres derivados de um só álcool, o propanotriol ou glicerina. Como este álcool apresenta três hidroxilas, a relação com ele será feita com três ácidos e o éster será um triéster.
Por exemplo, a gordura de alguns animais, denominado sebo, é uma mistura de ésteres, um deles é a estearina, matéria prima na fabricação de sabonetes e sabões.
A estearina, éster de origem animal, resulta da reação de três moléculas do acido olérico (16 C) com uma molécula de glicerina.
O babaçu é uma palmeira nativa do Maranhão, Piauí, Tocantins e outros estados brasileiros. Da amêndoa do coco do babaçu, obtêm-se os ácidos láurico (12 C) palmítico (16 C) e oléico (18 C). Esses são um dos componentes do sabonete Lux para pele sensível.
3. Ceras – ésteres obtidos a partir da reação de um ácido e um álcool com elevado número de carbonos. Exemplos:
Cera da abelha – éster obtido da reação do ácido palmítico (16 C) com o álcool merassílico (31 C).
Cera da carnaúba – é um éster constituído pela reação do ácido cerótico (25 C) como álcool merassílico (31 C).
Utilidades da cera – fabricação de graxas para sapatos, cera para brilho em pisos, velas, papel-manteiga etc...
Ésteres são substâncias orgânicas largamente empregadas como flavorizantes em balas e doces.
O que são flavorizantes?
Flavorizantes ou aromatizantes são substâncias (naturais ou sintéticas) ou misturas que adicionadas a um alimento ou medicamento lhes conferem um flavor característico.
Existe uma certa imprecisão com os termos aroma e flavorizante. Aroma se refere somente ao complexo de substâncias odoríferas, enquanto flavorizante se refere ao complexo que dá sabor aos alimentos e bebidas.
A palavra flavorizante vem do inglês “flavo(u)r”, também empregado de maneira confusa. A palavra pode ser utilizada tanto para designação de odor, sabor, cor e textura de um alimento, como para uma mistura das sensações de sabor e odor causado por uma substância na boca. Em português, as palavras “flavour” e aroma são utilizados geralmente para designar substâncias que dão sabor e odor aos alimentos, embora estejam definidas de outra maneira em dicionários.
Composição: Um grande número de ésteres possuem aromas e/ou sabores agradáveis, sendo usados como flavorizantes na forma pura ou misturadas. Os produtos informam no rótulo a existência de flavorizantes na sua composição.

Nome do éster
Fórmula
Aroma/sabor
Butanoato de etila
C3H7 - COO - C2H5
Abacaxi
Formato de isobutila
H - COO - C4H9
Framboesa
Formato de etila
H - COO - C2H5
Pêssego
Butanoato de pentila
C3H7 - COO - C5H11
Abricó
Acetato de pentila
CH3 - COO - C5H11
Pêra
Etanoato de octila
CH3 - COO - C8H17
Laranja
Etanoato de benzila
CH3 - COO - CH2 - C6H5
Gardênia
Etanoato de 3-metilbutila
CH3 - COO - C5H11
Banana
Heptanoato de etila
C6H13 - COO - C2H5
Vinho
3-metilbutanoato de 3-metilbutila
C4H9 - COO - C5H11
Maçã
Nonilato de etila
C8H17 - COO - C2H5
Rosa
Antranilato de metila
H2N - C4H6 - COO - CH3
Jasmim
Caprilato de etila
C5H11 - COO - C2H5
Pinha
Acetato de etila
CH3 - COO - C2H5
Menta
Se você estiver de olhos vedados, comendo um alimento que não viu qual é, muito provavelmente será capaz de identificá-lo pelo gosto. No entanto, quando estamos resfriados, isso se torna mais difícil ao até mesmo impossível. Por quê??
A língua, ao contrário do que se pensa costumeiramente, sente apenas quatro sabores: azedo, amargo, salgado e doce. Durante a mastigação, a língua sente o sabor do alimento, e, nas fossas nasais, sensores apropriados sentem o aroma (cheiro). Sabor e aromas se completam e se confundem, formando a sensação designada pela palavra inglesa flavor (usada em português sem tradução).
Assim, flavor significa sabor + aroma. Quando ficamos resfriados, as nossas fossas nasais congestionam-se e, dessa forma, não sentimos o aroma. Percebemos apenas os quatro sabores básicos, o que nos faz pensar que parte do gosto está faltando.
Muitos produtos contêm no rotulo a informação de que possuem flavorizantes, trata-se de substâncias que dão a ele flavor característico.
Imitando o flavor de maçã.
O flavor (isto é, a conjugação do sabor e aroma) de um alimento é o resultado de uma complicada mistura de substâncias nele presentes. Alguns desses componentes são responsáveis pelo sabor, sentido na língua, e outros, pelo aroma, percebido pelos sensores localizados nas fossas nasais.
O sabor de uma maçã (sentido na língua) é doce e azedo, em conseqüências de açucares e ácidos naturais. Os componentes responsáveis pelo odor (percebido pelo nariz) são voláteis, ou seja, são substâncias que facilmente passam pelo estado gasoso. Entre eles há ésteres aldeídos e cetonas.
O flavor de uma maçã se deve a dezenas de ingredientes diferentes. Há cerca de 20 ácidos carboxílicos (alguns com cadeia de até 20 átomos), 30 álcoois, (alguns com cadeia igualmente longa), setenta ésteres e algo em torno de três dúzias de outros componentes.
Na fabricação de balas e goma de mascar com “sabor” (isto é) flavor de maçã, o que os químicos e engenheiros de alimentos fazem é tentar imitar a complexa sensação proveniente de tantos sabores distintos. Frequentemente, o acetato de etila é um componente usado para imitar o aroma, enquanto o açúcar comum e uma substância ácida comestível são usados para produzir o sabor doce e azedo de maçã.
A imitação é, certamente, muito mais barata do que seria se todos os inúmeros constituintes naturais de uma maçã fossem empregados, porém, deixa a desejar, como a fruta verdadeira.
Esmalte
O cheiro característico do esmalte de unha se deve a um ou mais ésteres que atuam como solventes. Os mais usados são acetato de etila e acetato de butila (amila).
éter
Entre as drogas mais usadas no Brasil estão os inalantes. Trata-se de um tipo de droga cujos vapores são inalados pelo usuário. Como exemplos mais conhecidos, temos o “lança-perfume” e a cola de sapateiro.
O primeiro pode apresentar várias composições, sendo a mais comum aquela em que entram álcool, éter e clorofórmio. Já a cola de sapateiro é fabricada dissolvendo borracha em tolueno.
Os inalantes são perigosos por dois motivos. Primeiramente no que diz respeito à saúde. O clorofórmio (base para a maioria dos lança-perfumes) produz sérias lesões no fígado. O tolueno, por sua vez, é cancerígeno. Em longo prazo, o emprego dessas drogas pode provocar também doenças cardíacas. Em segundo lugar, o uso de inalantes serve também como porta de entrada para drogas mais fortes, que causam dependências, problemas físicos e mentais graves, até mesmo a morte.
Par evitar que a cola de sapateiro seja utilizada como inalante, existem várias propostas. Uma das mais eficientes e baratas é a adição de formaldeído, que em virtude de seu cheiro forte e irritante, desestimula a inalação do produto.
O chamado éter comum, componente dos lança-perfumes, é na verdade um dos membros do grupo de componentes orgânicos conhecidos como éteres.
Maconha e haxixe
A maconha, uma das drogas mais difundidas, é obtida das folhas e flores de uma determinada espécie de cânhamo, denominada cientificamente de Cannabis sativa. Os usuários utilizam-na sob a forma de cigarros, nos quais o principal ingrediente ativo é a substância tetra-hidrocarbinol (THC), presente na droga em concentração de 2 a 3% em média.
A molécula de THC apresenta as funções químicas éster e fenol.
Uma das formas concentradas dessa droga é conhecida como HAXIXE e é obtida de uma resina liberada pela Cannabis sativa. Nele, a porcentagem de THC é cerca de duas vezes maior que na maconha.
Entre os muitos efeitos do uso da droga, está a euforia, a intensificação das sensações visuais e auditivas, o aumento da pulsação e vermelhidão acentuada nos olhos. Dependendo da dose, o usuário pode ter alucinações intensas e coloridas. A euforia pode dar lugar á paranóias e ansiedade.

Ácidos carboxílicos e cotidiano

Ácidos carboxílicos e cotidiano
Acido metanóico – o acido metanóico ou acido fórmico é o mais simples dos ácidos orgânicos não ramificados, e o mais forte. Historicamente foi obtido a partir da destilação de formigas, daí o nome fórmico (do latim – formica). É encontrado em formigas e abelha, excretado durante a picada destes insetos.
O acido metanóico é um líquido incolor, solúvel em água, de odor apimentado. Em contato com a pele produz bolhas semelhantes a queimaduras. É usado industrialmente na conservação de sucos e frutas, na desinfecção de tonéis de vinho e cerveja, no tingimento de lã e no curtimento de pele de animais.
Ácido etanóico – o ácido etanóico ou acido acético, é o mais importante dos ácidos carboxílicos. Tem sua origem na antiguidade, obtido a partir de vinhos azedos.
No vinagre o ácido etanóico está presente numa concentração aproximada de 5% desse ácido e o restante de água, conservantes etc...
O acido acético usado em laboratório tem o nome de acido acético glacial, assim chamado, porque em dias frios, abaixo de 15º C, ele se transforma em sólido com aspecto de gelo.
Fabricação de vinagre – o vinagre é obtido pela oxidação do álcool etílico existente no vinho, sidra, suco de maça fermentado e cerveja sem lúpulo. Esses materiais em presença do oxigênio do ar e bactérias do gênero acetobacter transforma etanol em vinagre:
OH O
Acetobacter
bactérias //
H3C – CH2 + O2 H3C – C + H2O
\
OH
Etanol vinagre
O uso do ácido etanóico – na forma de vinagre o ácido etanóico é utilizado nas saladas como tempero. É um dos ingredientes da maionese, molhos picantes, ketchup, molho de mostarda, conservantes (picles) etc...
Na forma de acido etanóico é usado na indústria para preparar alguns plásticos como rayon. Serve também para preparar ésteres, aspirina, sulfas, alvaiade, anilina, borracha natural e sintética.
Certos animais marinhos da família dos celenterados, como a medusa (água-viva) e anêmonas e corais – de – fogo, expelem dos seus tentáculos substância tóxica que em contato com a pela da planta do pé ou da palma da mão de pessoas produz intensa queimação e ardência. Uma forma de tornar inativo o veneno destes animais é aplicar no local de contato, ácido acético a 5%, ou seja, vinagre comum. O vinagre, que atua como tempero de saladas e maionese, inativa a toxina, (uma enzima que destrói proteínas) existente no veneno da medusa.
Um dos componentes das uvas e também do vinho é o ácido 2,3 – hidróxi – butanodióico – ou ácido tartárico, descoberto por Luis Pasteur. Também é usado nos efervescentes (sal de frutas).
O ácido ascórbico é a vitamina C. muito abundante na natureza, especialmente nas frutas cítricas, é encontrada em grandes concentrações na tangerina, laranja, limão, ameixa, acerola, tomates, pimentões etc. Sua fórmula é:

O OH O
\\ //
C – CH2 – C – CH2 – C
/ \
OH C OH
/ \\
HO O
A manteiga contem derivados do acido butanodióico, que conferem a ela seu odor característico. Quando a manteiga fica velha, formam-se grandes quantidades desse ácido, responsável pelo cheiro característico da manteiga rançosa.
Em muitos queijos o responsável pelo aroma, mesmo presente em pequenas quantidades, é o ácido pentanóico.
Você já ouviu falar que os cães conhecem os donos pelo cheiro? Isso se dá pelo fato de os seres humanos apresentarem junto à pele glândulas que produzem e liberam ácidos carboxílicos. A composição da mistura destes ácidos varia de pessoa para pessoa. Assim, cada individuo apresenta seu “cheiro característico”, que os animais de faro desenvolvidos conseguem diferenciar. Esses ácidos são, também, responsáveis pelo cheiro do suor humano e de outros animais.

Um pouco sobre desodorantes
Os cientistas ainda estudam os processos que ocorrem na pele humana e os motivos do odor desagradável da transpiração. Entre os muitos progressos obtidos nos últimos anos, está a descoberta de que ácidos carboxílicos são em geral, as substâncias responsáveis pelo mau cheiro. Entre eles, um dos principais é o ácido – 3 – metil – 2 – hexenóico.
Esses compostos malcheirosos são produzidos por bactérias que se “alimentam” do material liberado por glândulas que temos nas axilas. Tais bactérias são encontradas em 90% dos homens e 60 % das mulheres.
Existem muitas variedades de desodorantes no mercado. Algumas marcas simplesmente tentam utilizar um perfume para mascarar o cheiro da transpiração. Outras incluem em sua composição substâncias que inibem a atuação dos microorganismos.
Outros desodorantes contem substâncias básicas, capazes de neutralizar os ácidos responsáveis pelo odor desagradável. Há no mercado, por exemplo, talcos e desodorantes que possuem bicarbonato de sódio. A função desta substância é diminuir o odor por meio de reação com ácidos carboxílicos, transformando-os no sais correspondentes.
Desde há muito tempo, um “saber popular em química” recomenda o uso de leite de magnésia, como desodorante. Isso realmente funciona!A justificativa baseia-se nas propriedades básicas desse produto, que é uma suspensão aquosa de Mg(OH)2. Assim, ele é capaz de neutralizar os ácidos da transpiração, eliminando o odor.

Terpenos e cotidiano

Diversos compostos de cadeia aberta ou cíclica, geralmente oxigenados como os aldeídos, álcoois e cetonas são encontrados nos organismos vivos, constituindo uma grande família de substâncias chamadas terpenos.
São moléculas grandes e complexas, podendo apresentar 10, 15, 20, 30 ou 40 carbonos na cadeia. O uso desses terpenos se estende à indústria de cosméticos, perfume, goma de mascar, medicamentos, detergentes, cremes dentais, rações para animais etc., exemplos: um dos componentes do talco tenys-pé, é extraído da árvore canforeira, a substância cânfora. Esse terpeno também é usado em dermatologia como antipruriginoso (elemento que alivia a coceira).
A casca da laranja, quando apertada, expele um líquido oleoso que em presença de fogo se incendeia. Nesse combustível encontra-se presente uma substância dos hidrocarbonetos altamente inflamável. Essa substância é o limoneno.
No drops Halls encontra-se um terpeno da família dos aldeídos de fórmula molecular C10H18, o citronelal obtido do óleo de eucalipto.
O 2 – isopropila – 5 – metil – ciclo – hexanol ou mentol é um composto da família dos álcoois, extraído da folha da menta, usado nas gomas de mascar e balas como refrescante bucal. Em dermatologia o mentol é utilizado em talco, loções e pastas como antipruriginoso, pois alivia coceiras, substituindo-a por uma sensação refrescante.
O aldeído fenólico vanilina é o ingrediente que proporciona o aroma de baunilha no sorvete chicabom. Além de ser usado como aromatizante de alimentos, a vanilina é usada na indústria para inibir o cheiro de tintas.
Mirceno, carvona e outros terpenos substituem os condimentos usados na culinária e em alimentos industrializados como enlatados e, conservas etc...
Muitos desodorantes, loções para o corpo, sabonetes e colônias possuem a fragrância floral de um álcool obtido das flores da alfazema e violeta.
Um grupo especial de terpenos encontrados em vegetais amarelos alaranjados e vermelhos na forma de pigmentos recebe o nome de carotenóides. As cores desses vegetais provem do grande número de ligações duplas alternadas desses terpeno.
OBS.: Nas complexas cadeias dos terpenos e outras estruturas orgânicas, costuma-se usar a fórmula estrutural dos traços ou linhas em cada início, vértice ou final do traço simboliza um átomo de carbono; dois traços indicam uma dupla ligação. Essa representação tem a vantagem de abreviar ao máximo as fórmulas estruturais.
Hálito cetônico
Em determinadas circunstâncias, o indivíduo pode eliminar acetona junto com o ar que expelimos. O hálito dessa pessoa irá adquirir um odor adocicado característico. Trata-se do hálito cetônico.
Há três circunstâncias em que isso ocorre com uma pessoa: quando está há muito tempo em jejum; quando sua dieta alimentar contem muita gordura e pouco açucares (glicose, sacarose, amido etc.) quando sofrer de diabetes melitos.
Normalmente nosso corpo queima açúcar para obter a energia de que precisa. Nos três casos citados, o corpo não os possui. (no caso do jejum e das dietas ricas em gorduras e pobres em açucares, os açucares não foram ingeridos. No caso da diabetes melitos, a doçura prejudica o metabolismo da queima dos açucares).
Quando não consegue obter energia dos açucares, o corpo começa a queimar gorduras (as ingeridas ou as armazenadas no corpo), como conseqüência da metabolização dessas gorduras, o fígado lança no sangue substâncias (chamadas de corpos cetônicos) que se decompõem e dão origem a acetona.A acetona é uma substância volátil, despreende-se nos pulmões e sai pela boca e pelo nariz, dando origem ao hálito cetônico.

Etanol nas bebidas alcoólicas.

Vinho cerveja, aguardente e uísque são bebidas alcoólicas. Todas contêm etanol, conhecido popularmente como álcool.
Já que todas as bebidas contêm álcool, o que faz com que elas possuam sabores diferentes? Essas bebidas são misturas contendo etanol, água e outras substâncias que devem sua presença ao modo como foram produzidas. São essas “outras substâncias” que conferem o sabor e o aroma característico de bebidas como o vinho e uísque.
Na Roma Antiga, as festas em homenagem a BACO, deus do vinho (origem da palavra: bacanais) envolviam grandes bebedeiras coletivas. O abuso do álcool e os prejuízos dele decorrente eram comuns na Roma da Antiguidade.
Cada bebida alcoólica possui um teor diferente de etanol. É comum encontrarmos no rótulo a graduação expressa em ºGL.
A cerveja é feita de cevada, seu sabor característico deve-se as folhas de lúpulo, planta de origem européia, adicionadas propositadamente durante a preparação.
O vinho é uma bebida obtida da uva. Cada tipo de uva confere ao vinho um sabor característico, devido a aromatizantes naturais contidos na fruta. Assim, é comum encontrarmos no rótulo a indicação da uva usada: carbenet, merlot, riesling, semillon etc.
O uísque é obtido da cevada e também do milho. Nesse último caso é chamado Bourbon. A cor dourada característica da bebida é adquirida durante o envelhecimento em barris feitos em madeira apropriada: o carvalho.
Apesar de todos os álcoois apresentarem OH, seus efeitos no organismo podem ser muito diferentes. Assim, é importante que nas bebidas alcoólicas está presente um álcool especial: o etanol.
Existem álcoois que são perigosos se inalados ou ingeridos. É o caso, por exemplo, do metanol. Ingerir a pequena quantidade de 30 ml desse álcool leva à morte. Quantidades menores, 10 ml ou 15 ml, causam cegueira.
Apesar de tóxicos, o metanol é muito usado em laboratórios, indústria; e também como combustível. É conhecido como álcool da madeira, pois pode ser obtido pela sua destilação seca. Tal processo consiste em um aquecimento exagerado da madeira em ambiente com pouco oxigênio. Complexas reações provocam a decomposição da madeira, e vapores de várias substâncias são liberados. Entre eles o metanol.
O metanol pode causar danos ao fígado, pulmão e rins, bem como cegueira permanente. Dependendo da dose, pode matar.
Atualmente o metanol não é mais rotineiramente obtido da madeira. Ele é produzido do petróleo e do carvão mineral, através de transformações químicas feitas na indústria. Sua produção a partir do carvão, por exemplo, se dá em duas etapas. Na primeira, o carvão incandescente reage com a água no estado gasoso, formando uma mistura de gases CO e H2. Tal mistura é conhecida na indústria como gás de síntese (ou gás d’água), tamanha a sua importância na síntese de substâncias. A seguir, a mistura CO e H2 entram em contato, a 300 atm e 300 ºC, com um catalisador apropriado, que favorece a formação do metanol.
Grandes quantidades de metanol são produzidos industrialmente todos os anos. As indústrias detêm tecnologias para manusear esse metanol de forma segura.
O metanol é um combustível relativamente “limpo”. Sua combustão completa tem alto rendimento. Produzindo CO e H20. Ela contrasta com a combustão dos hidrocarbonetos presentes na gasolina, geralmente de baixo rendimento, já que muitas ligações C – C devem ser quebradas (lembre-se que no metanol não tem ligações C – C). Há estimativas de que apenas algo em torno de 50% da energia química contida na gasolina é aproveitada em um automóvel. Quando se dirige na cidade, este percentual cai para 15%.
Numa falta momentânea de etanol, o governo decidiu em 1990, autorizar o uso de uma mistura de etanol, metanol e gasolina como combustível em automóveis. O metanol foi importado,
Estudos revelam que automóveis movidos com metanol emitem menos restos de combustível não queimado (cerca de 85% menos). As emissões de CO2 e NO2, também são menores ( cerca de 90%).
Assim, embora o calor liberado na combustão da gasolina seja menor que na do metanol, a eficiência de sua queima e a diminuição de poluentes tem estimulado alguns governos a investir em projetos para moverem automóveis usando metanol.
Há, no entanto, alguns problemas relacionados com o uso de metanol em automóveis. Esses veículos emitem metanal em quantidade maior que os carros movidos à gasolina. O metanal é bastante prejudicial à saúde humana, havendo evidências de que seja carcinogênico (que dá origem a câncer).
Sob a luz diurna, a chama do metanol é praticamente invisível e isso pode causar sérios acidentes. Além disso, o metanol é mais corrosivo que a gasolina. Consequentemente, a vida útil do motor, do tanque de combustível e das demais partes metálicas em contato com o metanol é reduzida.
Alguns carros de corrida usam o metanol como combustível porque ele oferece menor risco de explosão, em caso de colisão, do que a gasolina.